Para quem não entendeu, agora em versão didáctica
P.S. Mas as postagens recomeçam dentro de momentos.
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Em tempo
Durante três anos, inicialmente sob a designação Escaparate, depois já como Os Livros Ardem Mal, um grupo de pessoas – professores da Universidade de Coimbra e algumas estudantes de pós-graduação – animou, com apoio do Centro de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras da mesma universidade, uma reunião mensal no Teatro Académico de Gil Vicente, na primeira segunda-feira de cada mês. No início para falar apenas de livros recentemente editados, depois com um convidado cujo trabalho de algum modo mantivesse uma relação forte com o universo do livro. Foram 20, os convidados dessa segunda fase, e deles fomos dando nota aqui, a partir do momento em que a iniciativa passou a ser acompanhada de perto por este blogue.
Agora, três anos depois, chegou a altura de parar. Ou melhor: de suspender a iniciativa por um período sabático de 12 meses. Por cansaço, por dificuldade crescente de conciliação das agendas profissionais dos membros do painel com as exigências muito particulares da iniciativa, por necessidade de a repensar no todo e nos detalhes. Custa-nos abandonar o hábito (e o ritual) do fim-de-tarde na primeira segunda-feira de cada mês no TAGV: pelo público que nos foi acompanhando com uma fidelidade rara e decerto imerecida; e pelo empenho dos devotados membros do staff do nosso teatro académico. Mas tudo tem um tempo e nada pior do que insistir fora de tempo.
Quanto ao blogue, tudo indica que continuará, até novas ordens.
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Algures, com Tintin, sob o sol abrasador
Mergulhado no país do ouro negro, com Tintin e os Dupond/t (e o encantador Abdallah!), só agora reparo que os meus camaradas de blogue desertaram, quase todos na procissão anual para Sul… Não sei ainda o rumo que tomarei, mas uma coisa é certa: vou para onde Tintin me levar! (com ponto de exclamação, sim!)
Até Setembro, pessoal. Cliquem na imagem, aumentem, espantem-se, maravilhem-se – e, sobretudo, invejem-me…
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Mário Henriques
Mário ‘sonomario’ Henriques é sonoplasta dos Serviços Técnicos do TAGV. N’ Os Livros Ardem Mal, para além de sonorizar a sessão para o espaço do Café-Teatro, é também o responsável pelas gravações que vai fazendo religiosamente – e que, não sem razão, acha um desperdício não serem ainda disponibilizadas online (lá iremos, Mário…). Quando sorri, lá ao fundo, é porque a coisa está mesmo mesmo a correr bem…
O nosso obrigado ao Mário por tudo o que consegue fazer com os meios de que dispõe. E pelo depoimento que se segue.
Primeiro, quando ouvi o nome do evento, achei que, se Os Livros Ardem Mal, nem para isso servem.
Depois, enraizada a ideia de ter que acompanhar todas as sessões, como sonoplasta, porque não tentar aprender algo, já que a vida é madrasta e pouco fértil de tempo para me dedicar a leituras e ouvir o que algumas sumidades achavam dos livros que escolhiam para deles falar.
Business and pleasure. Na mesma data, na mesma sala.
O meu carinho pelos livros foi crescendo e com ele a vontade de ler mais.
A sonoplastia nem sempre correu bem. Mas isso são águas passadas e sem ressentimentos.
Desde o tempo das gravações para a RUC (e a tentativa de recuperação dessas mesmas sessões e o jogo quase maçónico para as obter….).Aprender a gostar dos livros e de quem os faz, na minha pessoa, foi uma tarefa ambiciosa para @s paineleiros d’ Os Livros Ardem Mal.
Foi sugerido uma vez que podíamos ir em digressão. Era um grande prazer que me davam.
Gostar de alguém em especial, é-me difícil. Tanto dos entrevistadores como d@s convidad@s.
Ficou a faltar algo que tinha proposto: a difusão via Web e um arquivo on-line das sessões.
É um trabalho para o futuro. Mesmo que esta mostra, ao vivo e com gente lá, acabasse, ficava a memória.
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Elisabete Cardoso
Elisabete Cardoso é a responsável pelos serviços de recepção e de bilheteira do TAGV. Trata dos contactos com as editoras, faz circular entre os membros d’ Os Livros Ardem Mal as novidades editoriais recebidas e mais o que for preciso. Ao telefone ou por e-mail, o seu entusiasmo e profissionalismo manifestam-se em cada mensagem.
Agradecemos à Elisabete por tudo (e pela boa disposição), ao longo destes 3 anos. E pelo seu depoimento, que a retrata tão bem.
Dos dois lados
Seriam estas as perguntas:
1) O que vos agrada mais no OLAM
2) O que vos agrada menos
3) Uma sessão de que tenham gostado especialmentePoderia converter o 1), 2), 3) num a), b), c) e dar respostas rápidas como num qualquer inquérito de revista de fim-de-semana, do tipo:
a) Dos livros e de quem os recomenda
b) De não ter tempo para os ler e de perder sessões do OLAM
c) Do António Pinho Vargas, porque pensava que já não havia pequenos intelectuais assumidosE a coisa ficava por aqui. E ninguém podia exigir mais. As respostas rápidas e o easy reading até estão na moda. Escrever como se fala, para não custar a ler.
Mas, para mim, Os Livros Ardem Mal é outra realidade, uma experiência mais intensa.
O lado de cá dos Livros Ardem Mal é (e tem de ser) diferente do lado de lá.
Do lado de lá, estão as cadeiras e o balcão do café-teatro e as pessoas que, com mais ou menos assiduidade, escutam as sugestões das novidades literárias. Movem-se devagar e em silêncio e olham com atenção para cada gesto do autor, mais ou menos conhecido, e dos elementos do OLAM.
Do lado de cá, está então um convidado que, entre os anfitriões, olha o público, ouve falar sobre os livros dos outros e sobre a sua própria obra (a que está construída e a que está por construir). Passa a mão pelo cabelo, ajeita o microfone, bebe um gole de água, expectante pelas perguntas e mais ainda pelas suas respostas.
E antes de tudo isto, entro eu. Recebo os livros, registo-os, distribuo-os e ainda antes de tudo isto, tenho o privilégio de lhes mexer, rodá-los, novos, saídos do prelo, às vezes, horas antes. Aquele cheiro característico. Dar-lhes uma olhada, ler as capas, contracapas, lombadas, badanas, percorrer os capítulos, ler os prefácios e os posfácios. E o obrigado às editoras. Às grandes e sobretudo às pequenas que, fora do engenho, são tão mais humanas.
E o humor incisivo do Prof. Osvaldo, a serenidade do Prof. Quintais, a inquietude do Prof. Bebiano e a discrição do Prof. Apolinário.
Vale tanto a pena!
Mas importa saber que entre o lado de cá e o lado de lá dos Livros Ardem Mal, não existe uma linha de separação, mas antes um ponto comum de interesse: os livros e a paixão por eles.
[Se soa a cliché?! O que importa?! Os clichés também se lêem.]
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Marisa Santos
Marisa Santos é Coordenadora da Frente de Casa do TAGV. Cabe-lhe a preparação do espaço do Café-Teatro para o acolhimento dos intervenientes e do público, e também a coordenação dos assistentes de sala designados para acompanhar a sessão. Assegura a um tempo a funcionalidade do espaço e a hospitalidade do Teatro – o que faz muito bem.
Agradecemos à Marisa tudo o que tem feito pelo OLAM. Bem como o seu depoimento.
Das sessões com convidados mais mediáticos – em que o foyer do Café-Teatro do TAGV quase foi insuficiente para acolher tanto público -, às segundas-feiras de ambiente mais “intimista” (mas que, talvez por isso, resultaram em “contributos” de boa disposição e de partilha) fica claramente registada a marca OLAM: um espaço que se afirmou de excelência na promoção e divulgação da literatura e das artes. À volta de pessoas, ideias e histórias, fidelizou-se ainda um novo público, interessado e dedicado, que veio para ficar e que espera a oportunidade para voltar a “habitar” o Teatro.
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Teresa Santos
Teresa Santos é Coordenadora dos Serviços Artísticos e de Produção do TAGV. É ela quem nos envia, no início de cada mês, o cartaz promocional da sessão seguinte e quem trata da divulgação da iniciativa junto dos média. Mais eficiente não se pode ser.
Agradecemos à Teresa a dedicação ao OLAM. E, claro, o depoimento que se segue.
Dos três tópicos propostos pela equipa OLAM, opto por desenvolver apenas o primeiro: o que mais me agrada no OLAM.
Agrada-me que já tenha quase três anos de existência. E que ao longo deste período, o projecto tenha sido desenvolvido de forma regular e permanente, cumprindo escrupulosamente o calendário definido. Sempre na primeira segunda-feira de cada mês, sem falhas, sem adiamentos ou cancelamentos. Agrada-me também, que a equipa que promove esta iniciativa não se acomode a um modelo, mas que tente permanentemente melhorá-lo, afiná-lo e reformulá-lo. Todos estes factores contribuíram para que o OLAM conquistasse não só o respeito e a fidelidade do público, mas também dos colaboradores que contribuem modestamente para a produção e organização da iniciativa.
Agrada-me ainda, que a lista de convidados não inclua apenas escritores, mas também pessoas de outras áreas artísticas que, apesar de terem livros editados, não fazem da escrita a sua principal actividade.
À semelhança do que foi acontecendo com a própria iniciativa, também a forma de comunicarmos entre nós, equipa do OLAM e colaboradores do TAGV, foi sendo melhorada e afinada ao longo do tempo. A rotina de trabalho que conseguimos criar permite-nos, por exemplo, produzir o cartaz que promove a iniciativa com um mês de antecedência relativamente à data da sessão, sendo por isso possível divulgá-la, quer na imprensa, quer junto do público com uma maior eficácia.
E, como se tudo isto não bastasse, salientaria ainda os emails do Prof. Osvaldo Silvestre, plenos de um humor sarcástico e, por vezes, quase delirantes, como incentivo adicional para o trabalho a desenvolver para esta iniciativa.
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A nossa equipa no TAGV, um ano mais tarde
Como está dito na coluna da direita deste blogue, logo ao cimo, Os Livros Ardem Mal são uma iniciativa do Centro de Literatura Portuguesa e do Teatro Académico de Gil Vicente, entidades que assim cumprem a sua função de estenderem à comunidade não apenas universitária parte significativa da sua actividade cultural.
Uma iniciativa destas, embora «leve» em termos organizativos, não se faz contudo sem apoio institucional. As instituições, porém, são feitas por pessoas e é a essas que agora nos queremos dirigir para lhes agradecer. No que toca ao CLP, e embora possa parecer que o fazemos em causa própria, o nosso agradecimento vai para o nosso colega António Apolinário Lourenço, cuja eficiência discreta é em grande medida responsável pelo funcionamento da iniciativa. No momento em que se retira das sessões no TAGV, mantendo-se contudo neste blogue, bem como no apoio administrativo à iniciativa, cumpre reconhecer que sem o seu trabalho tudo seria mais difícil.
Quanto ao TAGV, e como aqui deixámos dito há um ano, é do trabalho realizado na sombra por um grupo alargado de pessoas que resulta o que se vê no foyer, na primeira segunda-feira de cada mês, bem como várias das coisas que acabam neste blogue. Por exemplo, as relacionadas com os livros que as editoras nos enviam, por moto próprio ou a solicitação nossa. Optámos este ano por uma modalidade diferente de reconhecimento desse trabalho sem o qual Os Livros Ardem Mal não existiriam: propusemos aos 4 membros principais da equipa que nos enviassem um pequeno depoimento, em torno destes três tópicos: 1) O que vos agrada mais no OLAM; 2) O que vos agrada menos; 3) Uma sessão de que tenham gostado especialmente.
O que aqui fica é pois da responsabilidade das 4 pessoas que respondem. Pessoas que – e cremos ser isso o mais importante – fazem hoje, com os membros permanentes do painel, uma comunidade de gente que aprendeu a apreciar-se e respeitar-se. E que gosta de se reencontrar pelo menos na primeira segunda-feira de cada mês, por volta das 18 h.
A todos os outros funcionários do TAGV que, de uma maneira ou de outra, contribuíram também para tornar possíveis as sessões, o nosso Muito Obrigado.
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OLAM: sessão com José Maria Vieira Mendes
Hoje, pelas 18 h, no foyer do Teatro Académico Gil Vicente, terá lugar a 10ª sessão de Os Livros Ardem Mal na temporada de 2008/09. O convidado é José Maria Vieira Mendes, dramaturgo, com a sua obra até ao momento reunida no volume Teatro. O painel será constituído por António Apolinário Lourenço, Luís Quintais e Osvaldo Manuel Silvestre, que moderará.
Na primera parte da sessão serão apresentados os seguintes títulos:
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OLAM: sessão com Rui Reininho
Hoje, pelas 18 h, no foyer do Teatro Académico Gil Vicente, terá lugar a 9ª sessão de Os Livros Ardem Mal na temporada de 2008/09. O convidado é Rui Reininho, vocalista dos GNR, autor de Sífilis versus Bílitis e Líricas Come on & Anas. O painel será constituído por Luís Quintais e Osvaldo Manuel Silvestre, que moderará.
Na primera parte da sessão serão apresentados os seguintes títulos:
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OLAM: sessão com António Pinho Vargas
Hoje, pelas 18 h, no foyer do Teatro Académico Gil Vicente, terá lugar a 8ª sessão de Os Livros Ardem Mal na temporada de 2008/09. O convidado é o músico António Pinho Vargas, que além de pianista, compositor e professor de música é ainda ensaísta com dois livros editados, o mais recente Cinco Conferências (2008). Integrou recentemente, como investigador, o Centro de Estudos Sociais, onde prepara uma tese de doutoramento em Sociologia da Cultura. O painel será constituído por Luís Quintais e Osvaldo Manuel Silvestre, que moderará.
Na primera parte da sessão serão apresentados os seguintes títulos:
Sugestão de Tradução:
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OLAM: sessão com Alexandra Lucas Coelho
Hoje, pelas 18 h, no foyer do Teatro Académico Gil Vicente, terá lugar a 7ª sessão de Os Livros Ardem Mal na temporada de 2008/09. A convidada é Alexandra Lucas Coelho, jornalista do Público e uma das mais consagradas da sua geração, sobretudo na área da grande reportagem e da cultura, com um livro editado sobre o conflito palestiniano, Oriente Próximo (2007). O painel será constituído por Catarina Maia, Luís Quintais, Rui Bebiano e Osvaldo Manuel Silvestre, que moderará.
Na primera parte da sessão serão apresentados os seguintes livros:
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O sentido é revisitação ou uma selva dentro da selva ou por que é que o cérebro não explica a arte ou só a explica parcialmente
Um dos aspectos mais interessantes das chamadas neurociências cognitivas contemporâneas prende-se com a relevância que aí assume uma imagem do cérebro enquanto estrutura dotada de uma complexidade e de uma plasticidade extraordinárias.
A arte pode ser pensada frutuosamente como um aspecto da cognição humana, isto é, como algo que resulta de um processo multiforme de aquisição de conhecimento, e, nesse sentido, como algo que radica em processos que poderíamos descrever como mentais.
O problema começa talvez aqui.
A minha tese é a de que sem cérebro não há mente (o que é, desde Thomas Willis e da «neurocentric age», uma evidência incontestável), mas que a mente não é o cérebro; penso, aliás, que não há consensos alargados sobre aquilo que a mente é, e de que forma é que podemos passar das ontologias na terceira pessoa para as ontologias na primeira pessoa, ou, de outro modo, da objectividade para a subjectividade, e vice versa. Estamos na fronteira, e toda a gente sabe como são as fronteiras que tornam a ciência fascinante, difícil, ou, de outro modo, de exercício quase improvável. Somos confrontados com aquilo que não sabemos, ou, eventualmente, com os limites do que sabemos.
De acordo com uma leitura wittgensteiniana do que se encontra aqui em causa, talvez estejamos perante um problema de linguagem ao dizermos que são os cérebros que pensam.
Wittgenstein ensinou-nos, como nenhum outro, a suspeitar da linguagem. As palavras podem trair-nos e levar-nos a olhar para certos problemas como problemas reais, quando eles não passam de puzzles que devem ser desmontados. Assim, se os estômagos não comem também é muito improvável que os cérebros pensem, ainda que, e volto a enfatizar este ponto, não possa haver pensamento (e todos os seus avatares: consciência, intenção, memória, etc.) sem cérebro.
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OLAM: sessão com Mário de Carvalho
Hoje, pelas 18 h, no foyer do Teatro Académico Gil Vicente, terá lugar a 6ª sessão de Os Livros Ardem Mal na temporada de 2008/09. O convidado é Mário de Carvalho, contista, novelista, romancista, cronista e dramaturgo, cuja última obra é o romance A Sala Magenta (2008). O painel será constituído por António Apolinário Lourenço, Catarina Maia, Luís Quintais e Osvaldo Manuel Silvestre, que moderará.
Na primera parte da sessão serão apresentados os seguintes livros:
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OLAM: sessão com Nuno Júdice
Hoje, pelas 18 h, no foyer do Teatro Académico Gil Vicente, terá lugar a 5ª sessão de Os Livros Ardem Mal na temporada de 2008/09. O convidado é Nuno Júdice, poeta, ficcionista, dramaturgo, ensaísta, recém-nomeado director da Colóquio/Letras. O painel será constituído por António Apolinário Lourenço, Luís Quintais e Osvaldo Manuel Silvestre, que moderará.
Na primera parte da sessão serão apresentados os seguintes livros:
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