Elisabete Cardoso
Elisabete Cardoso é a responsável pelos serviços de recepção e de bilheteira do TAGV. Trata dos contactos com as editoras, faz circular entre os membros d’ Os Livros Ardem Mal as novidades editoriais recebidas e mais o que for preciso. Ao telefone ou por e-mail, o seu entusiasmo e profissionalismo manifestam-se em cada mensagem.
Agradecemos à Elisabete por tudo (e pela boa disposição), ao longo destes 3 anos. E pelo seu depoimento, que a retrata tão bem.
Dos dois lados
Seriam estas as perguntas:
1) O que vos agrada mais no OLAM
2) O que vos agrada menos
3) Uma sessão de que tenham gostado especialmentePoderia converter o 1), 2), 3) num a), b), c) e dar respostas rápidas como num qualquer inquérito de revista de fim-de-semana, do tipo:
a) Dos livros e de quem os recomenda
b) De não ter tempo para os ler e de perder sessões do OLAM
c) Do António Pinho Vargas, porque pensava que já não havia pequenos intelectuais assumidosE a coisa ficava por aqui. E ninguém podia exigir mais. As respostas rápidas e o easy reading até estão na moda. Escrever como se fala, para não custar a ler.
Mas, para mim, Os Livros Ardem Mal é outra realidade, uma experiência mais intensa.
O lado de cá dos Livros Ardem Mal é (e tem de ser) diferente do lado de lá.
Do lado de lá, estão as cadeiras e o balcão do café-teatro e as pessoas que, com mais ou menos assiduidade, escutam as sugestões das novidades literárias. Movem-se devagar e em silêncio e olham com atenção para cada gesto do autor, mais ou menos conhecido, e dos elementos do OLAM.
Do lado de cá, está então um convidado que, entre os anfitriões, olha o público, ouve falar sobre os livros dos outros e sobre a sua própria obra (a que está construída e a que está por construir). Passa a mão pelo cabelo, ajeita o microfone, bebe um gole de água, expectante pelas perguntas e mais ainda pelas suas respostas.
E antes de tudo isto, entro eu. Recebo os livros, registo-os, distribuo-os e ainda antes de tudo isto, tenho o privilégio de lhes mexer, rodá-los, novos, saídos do prelo, às vezes, horas antes. Aquele cheiro característico. Dar-lhes uma olhada, ler as capas, contracapas, lombadas, badanas, percorrer os capítulos, ler os prefácios e os posfácios. E o obrigado às editoras. Às grandes e sobretudo às pequenas que, fora do engenho, são tão mais humanas.
E o humor incisivo do Prof. Osvaldo, a serenidade do Prof. Quintais, a inquietude do Prof. Bebiano e a discrição do Prof. Apolinário.
Vale tanto a pena!
Mas importa saber que entre o lado de cá e o lado de lá dos Livros Ardem Mal, não existe uma linha de separação, mas antes um ponto comum de interesse: os livros e a paixão por eles.
[Se soa a cliché?! O que importa?! Os clichés também se lêem.]
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