Os Livros Ardem Mal

Da Poética aristotélica

Posted in Diálogos by Pamplinas on Segunda-feira, 25-05-2009

– É verdade, Pamplinas, você viu a tunda do bastonário Marinho Pinto na Moura Guedes?
– A tunda?… Ah sim, no Youtube. Chegou-me por mail. Suponho que a peróla final da coisa.
– E então, homem? Que me diz àquilo? A propósito, leu o nosso confrade Bebiano sobre o assunto?
– Claro. Judicioso e incisivo, como sempre.
– Também achei. Mas vejo-o reservado no seu juízo…
– Engana-se, Q. O que se passa é que, vejo-o agora, a cena fez-me enfim perceber a mais abstrusa das noções aristotélicas…
– Hã?!
– Anos e anos a estudar os escoliastas da Poética (acima de todos, o Else) e afinal…
– Afinal?
– Afinal bastava ver aquela espécie de telejornal.
– Quando visitado pelo Marinho, suponho…
– Ah sim, convém ressalvar: apenas nessa eventualidade.
– Bom, mas desembuche, Pamplinas. A que raio de noção se refere você?
– Ora, meu caro, que noção haveria de ser? A catarse. Um tanto colectiva, creio…
– Você quer dizer catar-se, não?
– Isso, receio bem, é mais para a Moura Guedes. Post Marinhum, entenda-se.
– Desta vez acho que entendi, sim. Apesar de, como você gosta de lembrar, eu não perceber nada de latim…
– Mas percebe de catarse…
– Como vários milhões de portugueses, desde sexta-feira.

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