Página 161?
Rui Bebiano, um dos meus generosos hospedeiros neste blogue – um Professor Doutor por Coimbra, meu Deus! -, insta-me a entrar num desafio em cadeia, um desses cujas razões desafiam a Razão, mormente a minha, sempre tão exausta. Trata-se de ir ao livro que se anda a ler e transcrever, da p. 161, a linha 5, confiando em que ela há-de fazer o sentido que as coisas díspares fatalmente fazem, pelo menos desde o Sr. Breton. O desafio, hélas!, pressupõe livros acima de 160 pp., o que é raramente o caso comigo, agora que já li os clássicos que os meus mestres, na sua clarividência, me aconselharam. E assim é também nesta ocasião, uma vez que o livro que ando a ler, e que é este (muito bem traduzido por um outro Professor Doutor por Coimbra, santos deuses!) se fica pelas 104 pp., nelas já incluídas aquelas finais, em branco, que o número par das páginas de cada caderno tantas vezes exige… A minha linha 5 da p. 161 encontra-se pois no limbo e é essa a contribuição que, sem esperar qualquer retribuição, dou a quem, de modo inopinado e sempre hospitaleiro, convidou a insignificância do meu nome para esta dança: o limbo da página para lá do colofon como esse lugar em que todos os livros resgatam a sua existência inecessária.
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